Jongo

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Resumão sobre o Jongo Urbano do Rio de Janeiro

O Jongo é uma dança/ritual de matriz africana desenvolvida em solo brasileiro, sua origem vem dos negros escravos do grupo etnicoliguístico chamado Bantos ou Bantus, que vieram basicamente dos reinos do Ndongo e do Kongo território que hoje é a república de Angola. Inúmeras são as danças rituais trazidas e desenvolvidas pelos Bantus no Brasil. Suas mais expressivas características são: os Tambores, a roda e a umbigada, característica essa que tem parentesco com uma dança de Angola chamada Semba ou Masemba.
Grande parte dos Negros Bantos no sudeste do Brasil foram enviados para fazendas de plantio de café no Vale do Paraiba. Minas Gerais e São Paulo foram locais de fazenda de café onde também se dançava e dança nos dias atuais o Jongo, como os nomes de Caxambu e Batuque.
Com o "fim da escravidão", muitas dessas familias foram expulsas das terras onde viviam e migraram para mais perto da área urbana do Rio de Janeiro, se concentrando nos morros cariocas, entre eles:  Magueira, Salgueiro, Serrinha e São Carlos. Entre os precurssores da inplantação do Jongo nas áreas de Madureira e Oswaldo Cruz, destacamos: ex-escrava Maria Teresa dos Santos - Vovó Teresa       ( 1864-1979 ) e muitos dos seus parentes e vizinhos, como: Mano Elói Antero Dias ( 1889-1970 ), José Nascimento Filho - Seu Nascimento ( 1901-1953 ), Tia Eulália, Marta Ferreira da Silva - Dona Marta ( 1886-1963 ), entre outros que tiveram também grande participação na fundação do Imperio Serrano com sede, na época,  no Morro da Serrinha.
Por volta de 1930, com influência da vida urbana e a morte dos Jongueiro mais velhos, o Jongo foi ficando cada vez menos frequente de se ver. Mas no Morro da Serrinha que ainda tinha caracteríscas rurais, preservou-se por mais tempo a "Dança das Almas". Mas, lá por 1960 com a morte dos idosos o jongo começo a se extinguir. Isso mobilizou Mestre Darcy Monteiro e sua família a reunir os mais velhos e formar o Grupo Artistico Jongo da Serrinha, na vontade de não deixar o Jongo morrer. Com isso Mestre Darcy, com sua mãe Vovó Maria Joana quebraram um grande tabu do Jongo e começaram a ensinar para crianças e jovens, o que era proibido no Jongo, pois só os mais velhos podiam.
Dessa forma, Mestre Darcy do Jongo foi o grande responsável pela popularização e perpetuação do Jongo, fazendo com que hoje inúmeras Rodas de Jongo aconteçam em todo Rio de Janeiro, Brasil e mundo a fora.
Mestre Darcy, deu aulas durante um bom tempo no Bairro de Santa Teresa, deixando muitos discípulos. E foi através das oficinas de Jongo dadas no antigo Espaço de Construção da Cultura da Ação da Cidadania, já não mais dadas pelo Mestre, que já havia falecido, mas sim por sua esposa Dona Sú e seus discípulos, que o CPCAC se apaixonou pelo Jongo, e foi totalmente aceito e incorporado nas atividades do nosso espaço.
Muito anos se passaram e estamos sempre sentindo a necessidade de pesquisar e estudar para conhecer cada vez mais as entrelinhas dessa cultura baseada no saber e no sagrado.
Agradecemos a Dona Sú e aos jovens mestres e amigos: Duda Fonseca, Dario Firmino, Marcos Barbaro, Rodrigo Nunes... pela permissão de poder conviver alguns momentos com vocês.
Agradecemos também a todos que batalham para que o Jongo continue nessa crescente: a quem batalhou e  ainda batalha pelo Jongo da Serrinha, a Tia Maria do Jongo, a Dely Monteiro, Lazir Sinval e Luiza Marmello, a meu grande amigo Lucio Sanfilippo, ao Mestre Delcio Teobaldo, a Compania Folclorica UFRJ, a Vanusa e Edgar e todo o Grupo Pé de Chinelo, Juliana Manhães e o Grupo As Treis Marias, ao Jongo da Lapa, ao Grupo Quatro Esquinas, ao Jongo Banto, ao Jongo Folha de Amendoeira, Cia Mariocas, Reconca Rio e a todos que amam e vivem o Jongo!!!!!
Machado!!!!!!!

É pras Almas!!!!!
Salve Vovó Maria Joana Rezadeira!!!! Salave Mestre Darcy do Jongo
Salava Mestre Humberto Balogum!!!!! Saravá a todos os Jongueiros!!!!!!! 






Saber Ancestral

"O homem quando ele faz o que gosta ele é feliz..."
Mestre Darcy do Jongo.
Darcy Monteiro (1932-2001)



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